sexta-feira, 25 de outubro de 2013

2ª Sessão Clube "História em movimento" 2013/2014

Cartão de sócio do clube "História em Movimento"
 
2ª Sessão Clube "História em Movimento" 2013/2014
 
      Nesta sessão recebemos novos membros que preencheram a sua ficha de inscrição de acordo com as indicações da professora Anabela Matias Magalhães. Somos agora 11 sócios e ainda estamos a aguardar novas inscrições.
      De seguida, fomos surpreendidos por um aluno do curso de pastelaria/panificação do 2ºA, que nos trouxe umas deliciosas bolas de berlim e donuts que repartimos entre todos os membros do clube. Agradecemos muito aos nossos colegas do 2º A pela sua gentil oferta. Após termos degustado a deliciosa prenda, decidimos deslocar-nos até às instalações do curso de pastelaria para agradecer o doce gesto (em vários sentidos). Foi também nesta sessão inaugurado o serviço de requisição de DVD´s e livros sobre a linda e interessante História, que imediatamente teve quem quisesse usufruir dele.

Nota: A imagem do nosso clube, que consta nos nossos cartões de sócio e nas fichas de inscrição do clube, é uma pintura de arte neolítica que representa uma cena de caça com cães, fotografada no deserto líbio.

Escrito por:

Rui Monteiro Nº 18 7ºB
Miguel Freitas Nº 16 7ºB
Maria Pereira Nº 14 7ºB
Carla Costa Nº 4 7ºB
Sílvia Ferreira Nº 17 7ºA
Raquel Esteves Nº 5 7ºA
Pedro Ribeiro Nº 13 7ºA
Ana Lúcia Santos Nº1 8ºA

Nota Final - Os alunos tiveram ainda tempo de partilhar as postagens do blogue para o facebook. Aguardo agora que eles se tornem seguidores deste blogue e do História 3º Ciclo.

Anabela Magalhães

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

1ª Sessão Clube "História em Movimento" 2013/2014

Palmiers, Alguns dos Sócios e Cartão de Sócio do Clube História em Movimento
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
 
1ª Sessão Clube "História em Movimento" 2013/2014

Hoje, dia 18 de outubro, pelas 16:50, iniciamos o melhor clube de todos da escola EB 2,3 de Amarante e de todo o planeta, o Clube "História em Movimento", orientado pela professora Anabela Maria Mendes Pilroto Coimbra Queirós Matias de Magalhães.
Nesta 1ª sessão do clube, os alunos que o integram foram surpreendidos com um lanche confecionado pelos alunos da turma 2ºA, do Curso de Pastelaria e Panificação, que nos prepararam uns palmiers que se revelaram deliciosos e divinais e que nós saboreamos ainda quentes.
Depois desta calorosa receção, que agradecemos, os alunos sócios do clube preencheram as fichas de inscrição e os cartões de sócio e seguidamente escrevemos este post, o primeiro deste ano letivo 2013/2014 que inaugura o início do funcionamento do Clube "História em Movimento".
Na próxima sessão, iremos iniciar os nossos trabalhos propriamente ditos, que desenvolveremos, com muito gosto, muito empenho e com bom comportamento, durante o ano letivo 2013/2014.

Os alunos:

Pedro Esteves, nº16 - 9ºC;
Diogo Vaz, nº8 - 9ºC;
Ana Lúcia Santos, nº1 - 8ºA;
Raquel Esteves, nº5 - 7ºA;
Sílvia Ferreira, nº17 - 7ºA;
Rui Jorge, nº18 - 7ºB;
Maria Ribeiro, nº14 - 7ºB;
Carla Costa, nº4 - 7ºB;
Duarte Cunha, nº6 - 7ºB.

domingo, 6 de outubro de 2013

Ecos de Uma Aula Dividida em Três - 8ºB, C e D

Ecos de Uma Aula Dividida em Três
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
 
Ecos de Uma Aula Dividida em Três - 8ºB, C e D

As minhas aulas referentes ao Barroco foram lecionadas na muito bela e ainda desconhecida Igreja de S. Domingos, transformada, por breve tempo, em sala de aula muito especial para as minhas três turmas de 8º ano que dela tiveram a felicidade de poder usufruir, e terminaram na imponente Igreja de S. Gonçalo, com interpretações musicais de alunos e professores que se revelariam verdadeiramente inesquecíveis. Estas aulas, que podem ser acedidas clicando aqui, sendo que se encontram imediatamente a seguir às aulas subordinadas ao tema "Reconstituição do Percurso das Invasões Francesas em Amarante", tiveram eco na imprensa local, conforme dei notícia, neste blogue, em tempo oportuno.
Hoje, e já com um grande atraso, dou conta de outro eco, desta vez saído numa publicação religiosa local, pertença da paróquia de S. Gonçalo, chamada "Varanda dos Reis - Confirmados na Fé" de Agosto último. Para que fique registado, agora aqui neste blogue, para memória futura.
E assim se vai cumprindo mais uma vertente do "Projecto História em Movimento", a da valorização/divulgação da História junto da comunidade educativa e não só...

Nota - Para ler com mais conforto, clique sobre a imagem.

sábado, 5 de outubro de 2013

Clube "História em Movimento"

Realização de Materiais Pedagógicos de História
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
 
Clube "História em Movimento"

Reabriu ontem, ainda que só por especial favor para dois alunos que há dois anos integram este clube existente na EB 2/3 de Amarante.
Os trabalhos, pendentes do ano letivo anterior, foram retomados e serão rapidamente concluídos para que se possam iniciar novos.
Daremos novas do desenrolar dos trabalhos práticos.

Anabela Magalhães

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Reconstituição do Percurso das Invasões Francesas em Amarante - 8ºD

Reconstituição do Percurso das Invasões Francesas em Amarante - 8ºD
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
 
Reconstituição do Percurso das Invasões Francesas em Amarante - 8ºD

Ontem acabámos em beleza estes percursos que nos aproximaram da história local e que nos aproximaram de uma cidade muito especial para todos nós amarantinos.
A visita fez-se do mesmo percurso seguido pelas tropas napoleónicas e já amplamente relatado neste blogue pelo que não me deterei sobre a descrição do mesmo.
Ontem voltámos à companhia da Drª Teresa Paiva que soube cativar e prender a atenção aos miúdos... desta vez sem cães à solta pela cidade... à vista... e que contextualizou os confrontos aqui na urbe, no início do século XIX, mais concretamente durante catorze dias, do dia 18 de abril ao dia 2 de maio, dia em que os franceses, recorrendo a um estratagema concebido pelo capitão Bouchard e a coberto de um espesso nevoeiro que se levantou durante a noite, colocaram quatro barris de pólvora na Ponte de S. Gonçalo, também conhecida entre nós por Ponte Velha, que fizeram rebentar com grande estrondo provocando a confusão entre os heróicos resistentes que os travaram por aqui tantos dias e tantos dias, sofrendo a sua impiedosa fúria manifestada em destruições gratuitas, saques, incêndios generalizados que deixaram a vila a ferro e fogo.
De referir que esta visita foi feita de estreias. Para todos os alunos sem excepção foi uma estreia a visita ao interior do Solar dos Magalhães e para quase todos outra estreia a ida ao Museu Amadeo de Souza-Cardoso... não se preocupem alunos meus, fica já contratualizada a ida no próximo ano para observarmos a pintura do nosso querido Amadeo de Souza-Cardoso...

Agradecida, Drª Teresa Paiva, pela simpatia, profissionalismo e doçura do acompanhamento.

Anabela Magalhães

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Reconstituição do Percurso das Invasões Francesas em Amarante - 8ºC

Reconstituição do Percurso das Invasões Francesas em Amarante
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
 
Reconstituição do Percurso das Invasões Francesas em Amarante - 8ºC

A reconstituição do percurso das invasões francesas em Amarante, com o meu 8ºC, ocorreu ontem à tarde num ambiente de grande descontração e alegria. O tempo ajudou, nem pinga de chuva apanhámos e lá fomos, alunos do 8ºC, professora Lúcia Carvalho que quis integrar a visita e eu própria, sempre a pé... pelo caminho ainda se juntaram dois meus ex-alunos do agora 8ºF que, solicitando autorização para nos acompanharem a obtiveram de imediato uma vez que não tinham aulas, e lá fomos, até ao ponto de encontro onde já nos esperava a Drª Cláudia Cerqueira, nossa guia por cerca hora e meia e a professora Helena Ferreira, da nossa EB 2/3 de Amarante, que nos acompanharia durante todo o percurso.
Iniciámos a reconstituição no Solar dos Magalhães, símbolo maior da destruição provocada pelos franceses em Amarante, que, apesar de ter estado aberto durante um breve período no Natal passado, permanecia completamente desconhecido para a esmagadora maioria dos alunos, estou a referir-me ao seu interior... bem entendido... porque relativamente ao exterior... quem não conhece a ruína do edifício situado em Santa Luzia? Pois! Ninguém!
E prosseguimos pelo Seixedo, rua dr Miguel Pinto Martins, Miguel Bombarda, Largo de S. Pedro, Teixeira de Vasconcelos, Largo de Santa Clara, Peitoril, Largo de S. Gonçalo com visita à sacristia da Igreja de S. Gonçalo, sim, aquela sacristia onde está o Santo da Corda, o Casamenteiro das Velhas e onde, ainda hoje, podemos observar, apesar do restauro, as malfeitorias e destruições cometidas pelas tropas napoleónicas sobre as enormes pinturas a óleo aí existentes. Evidentemente, o percurso foi feito de paragens estratégicas para observação dos estragos ainda hoje visíveis no centro histórico, nas ruínas que perduraram até hoje, caso do Solar dos Magalhães e Igreja anexa à atual biblioteca municipal, outrora parte integrante do Convento de Santa Clara, de freiras clarissas retiradas para o Porto antes que as tropas francesas se aproximassem demasiado da vila, nas ruínas que perduraram até aos anos 90 e agora estão um brinquinho, caso da casa... quem me ajuda com o nome? que só me lembro da Casa da Portela, ao lado, nas paredes da Igreja do Convento de S. Gonçalo, cheio de testemunhos da artilharia disparada de um e de outro lado.
A visita terminou no espaço do Museu Amadeo de Souza-Cardoso, numa sala arranjada expressamente para estas visitas guiadas que alberga agora uma vitrine com cinco peças da época, entre peças de balística e fardamento e ainda a maravilhosa e enorme maqueta da vila de Amarante à época das invasões, sim a rua Cândido dos Reis não existia ainda pois só foi aberta aquando da reconstrução da vila tão destruída e maltratada pelos franceses.

Agradeço o apoio das professoras Lúcia Carvalho e Helena Ferreira que nos acompanharam durante todo o percurso, rua acima, rua abaixo... que Amarante é assim mesmo.

À drª. Cláudia Cerqueira agradeço o profissionalismo de sempre feito de explicações animadas que a todos nos agradaram e entusiasmaram e que foram provocando salvas de palmas por entre os alunos... não sei se a Drª Cláudia algum dia foi tão aplaudida... eheheh...  e nos deixaram, frequentemente, de gargalhada solta a ecoar pelas ruas estreitas e íngremes... numa Amarante antiga e bela... que resiste... ela e nós, amarantinos...
E como estamos a precisar de gargalhar...

Anabela Magalhães

terça-feira, 30 de abril de 2013

Reconstituição do Percurso das Invasões Francesas em Amarante - 8ºB

Reconstituição do Percurso das Invasões Franceses em Amarante
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
 
Reconstituição do Percurso das Invasões Francesas em Amarante - 8ºB

Hoje voltamos ao centro histórico de Amarante para fazermos a reconstituição do percurso das invasões francesas aqui no burgo, acompanhando a drª Teresa Paiva, técnica superior do Museu Amadeo de Souza-Cardoso, entidade com quem, previamente, agendamos a visita de hoje, a primeira de três e que hoje contemplou o meu 8ºB. Será a última saída da escolinha, proporcionada por um acontecimento relevante passado em 1809 e que durou de 18 de abril, data da chegada das tropas francesas à vila de Amarante, a 2 de maio, data da transposição, pelas tropas napoleónicas, da Ponte de Amarante sobre o nosso amado Tâmega.
O tempo ajudou, só choveu durante a noite, e lá fomos nós brindados com tempo frio mas com algumas réstias de sol espreitando de quando em vez por entre as nuvens.
As tropas napoleónicas atacaram Amarante aquando da 2ª Invasão Francesa, comandada pelo marechal Soult que, entrando por Chaves, se dirigiram ao Porto que foi tomado e ocupado e onde se deu o desastroso episódio da Ponte das Barcas, em 29 de março de 1809 onde morreram muitos milhares de portugueses.
As tropas portuguesas que fizeram a heróica defesa de Amarante e defenderam com unhas e dentes a ponte foram ajudadas por militares ingleses e eram compostas por militares, população civil e até eclesiásticos e foi a este "exército", coordenado pelo General Silveira, que coube a difícil tarefa de enfrentar tropas muito mais numerosas e melhor apetrechadas, comandadas pelos generais Loison e Delaborde.
O exército napoleónico chegou vindo da Burgada, entrou em Santa Luzia no dia 18 de Abril e as escaramuças começaram logo ali, pelas imediações do Solar dos Magalhães, uma ruína desde então e hoje aberto propositadamente para nós, com os invasores a provocarem o sucessivo recuo dos resistentes portugueses ajudados pelo valoroso coronel Patrick que acabou ferido mortalmente. No dia 21 de Abril as tropas francesas desalojaram os portugueses do Convento de S. Gonçalo e estes refugiaram-se na margem esquerda do Tâmega, nomeadamente no Calvário de onde avistavam e controlavam as tropas inimigas que tentaram, por vários meios, até através da construção de uma ponte de cavaletes, passar a rio, sempre sem êxito até ao dia 2 de Maio.
O resto da história terá de ficar para depois, para próximo post que acompanhará a minha próxima investida à cidade acompanhada do meu 8ºC.
De referir que a visita englobou a passagem pela sacristia da Igreja de S. Gonçalo tendo acabado no museu onde nos esperava uma maqueta da vila de Amarante ao tempo das invasões que despertou o interesse de todos com os alunos que colocaram várias questões sobre uma Amarante que só em parte subsiste.

De notar que esta visita de estudo ficou ligeiramente prejudicada devido a uma matilha de cães vadios que circula já há tempos livremente pela cidade, já os tenho visto em S. Gonçalo, e que hoje se concentrava nas imediações do Solar dos Magalhães... acompanhando-nos com latidos e agitação variada o que provocou, por sua vez, alguma agitação nos alunos. Voltamos a encontrar alguns dos ditos cães perto da Igreja de S. Domingos onde um aluno quase sofria um ataque de uma fera... eheheh... felizmente minúscula...

Anabela Magalhães

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Centro de Recursos da Sala de História

Maqueta da Igreja de São João Baptista de Gatão
Fotografia de Antero Pereira

Centro de Recursos da Sala de História

Na semana passada, no dia 10 de abril de 2013, o Centro de Recursos da Sala de História foi enriquecido com uma oferta de três maquetas relativas ao Património Arquitetónico Amarantino. As três maquetas foram realizadas por alunos do 7ºano, do ano letivo de 2011/2012, sob a orientação do professor Antero Pereira, professor de Educação Visual (EV) na EB2,3 de Amarante, escola que nós, alunos do Clube de História, frequentamos.
As três maquetas que nos foram oferecidas representam monumentos históricos amarantinos, a saber:

- Igreja de S. Salvador de Lufrei, construída no século XIII;
- Igreja de São João Baptista de Gatão, construída no século XIII;
- Ponte Velha de Amarante ou Ponte de S.Gonçalo, construída no século XVIII, mais concretamente no ano de 1782, pelo arquiteto Carlos Amarante.

Esta postagem foi escrita por:

Carlos Andrade, nº 7;
Diogo Vaz, nº 10;
José Macedo, nº 13;
Pedro Esteves, nº 18. 

terça-feira, 2 de abril de 2013

O Barroco - A Aula do Professor Miguel Moreira

Igreja de S. Domingos - S. Gonçalo - Amarante
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães
 
O Barroco - A Aula do Professor Miguel Moreira

É com imensa alegria que hoje publico a Aula do Professor Miguel Moreira subordinada ao tema "O Barroco". Sem mais.

O BARROCO
      Toda a expressão artística é reflexo das dinâmicas sociais e um produto mental e cultural da época histórica em que surge. O Barroco não é exceção. Iniciada nos finais do século XVI e desenvolvida ao longo dos séculos XVII e XVIII, a arte barroca surge num ambiente dominado pela consolidação das grandes monarquias absolutas, pelo movimento da contrarreforma da Igreja Católica e num mundo abalado por todo o tipo de guerras, epidemias e convulsões sociais. Neste contexto, o barroco é aproveitado tanto pelos monarcas absolutistas para valorizarem a sua imagem e ostentarem o seu poder, mandando construir imponentes e luxuosas cortes, como pela Igreja Católica empenhada em seduzir os crentes que, sobretudo nos países nórdicos, aderiam em massa ao protestantismo. A arte é, desta forma, instrumentalizada e manipulada, por papas e reis, com o objetivo de persuadir, deslumbrar e seduzir.
      Nascido em Itália, nos finais do século XVI, a partir de formas maneiristas, o Barroco rapidamente se espalhou a todos os países da Europa do sul, atingindo, também, as colónias espanholas e portuguesas da América Latina e do sul da Ásia.
      Roma, sede do Papado, representava, também, o triunfo do catolicismo face à Reforma Protestante. Com esse objetivo, o Papa Sisto V (1585-1590) criou uma cidade-espetáculo na qual a linguagem barroca respondia plenamente aos desígnios do poder papal e das orientações tridentinas. Com intervenções de arquitetos como Bernini e Barromini, as novas construções, distantes da ordem, do equilíbrio e da regularidade da composição renascentista, experimentavam jogos de massas e de espaços, formas onduladas e dinâmicas e uma decoração exuberante e cenográfica, com o único propósito de deslumbrar o observador e despertar-lhe fortes impactos emocionais.
      Apesar das diferentes interpretações que se verificaram nos diferentes países e regiões, determinadas por diferentes contextos políticos, religiosos e culturais, este estilo apresentou algumas características comuns. Assim, os arquitetos barrocos, entendendo o edifício de forma integrada, como se fosse uma grande escultura, única e indivisível, davam preferência às linhas curvas, em formas côncavas ou convexas, explorando os efeitos contrastantes de luz e de sombra, na procura do movimento e do infinito. Os portais, normalmente divididos por andares, com as suas colunas torsas ou pseudo-salomónicas, os contrastes entre cheios e vazios, os entablamentos interrompidos e irregulares, as imagens inseridas nos seus nichos, os frontões de linhas curvas e uma decoração exuberante, eram pensados e construídos no quadro de uma vivência e de uma sensibilidade vocacionadas para a teatralidade, capazes de atrair pelo olhar, de persuadir pela beleza, de emocionar e de envolver os fiéis.
      Mas foi nos interiores que o barroco mais impressionou. O Barroco, numa espécie de “horror pelo vazio”, cobriu os interiores de frescos, de telas, de mármores policromados, de esculturas, de retábulos e de talha dourada, contribuindo desta forma para a profusão da cor e para o prazer dos sentidos.
      Ora, foi precisamente a talha dourada a mais genuína e característica arte do Barroco em Portugal. Muito prolixa e exuberante, a talha revestiu altares, paredes, tetos, órgãos, púlpitos, cadeirais, balaustradas, arcos, frisos, cornijas, janelas e sanefas. A talha “forrou de ouro” as igrejas. E, “Se a Igreja é a imagem do Céu sobre a Terra, como não ornamenta-la com o que há de mais precioso?” pergunta René Huyghe, em “Sentido e Destino da Arte”.
      A talha dourada é uma técnica escultórica em que a madeira é esculpida e, posteriormente, revestida por uma fina película de ouro. A sua execução implicava a participação de vários artistas: o arquiteto, que fazia o desenho, o entalhador, que esculpia a madeira, o ensamblador, que preparava a madeira para receber o ouro e, por fim, o dourador, que aplicava o ouro.
      Depois de concluídas, as obras de talha dourada, sobretudo os retábulos, codificam uma linguagem simbólica e alegórica que ultrapassa a sua função meramente decorativa ou cenográfica e assumem um papel ativo na interação com o observador. Nesta pedagogia formal e cenográfica, o brilho e a cor do ouro desempenhavam um papel determinante, não só pelo seu impacto visual, mas especialmente pelo seu simbolismo, pois imprimiam essência divina ao espaço, numa espécie de prefiguração da esfera celestial. Um apelo mais aos meios de perceção sensorial, imaginativa e afetiva dos fiéis, do que às suas faculdades intelectuais, procurando, assim, através da eloquência das formas e das cores, envolver e persuadir sensorial e emocionalmente os fiéis, sobretudo as massas populares.
      Na evolução da talha portuguesa, podemos distinguir três fases:
      O Estilo Nacional, com retábulos compostos de uma tribuna com o seu trono piramidal, ladeado por colunas pseudo-salomónicas de fuste espiralado que sustentam arcos concêntricos. Como motivos ornamentais, quase de vulto perfeito, apresentam-se folhas de videira e cachos de uvas (alusão à Eucaristia), meninos e querubins, pequenos pássaros (fénix, símbolo da ressurreição) e folhas de acanto. Dos lados, a composição é rematada por pilastras, mísulas e outros elementos que enfatizam a estrutura retabular.
      O Estilo Joanino (a talha atinge o seu apogeu na época de D. João V), com retábulos mais elevados, baldaquinos que substituem os arcos concêntricos e colunas salomónicas. O trono mantém o lugar cimeiro, agora tratado com mais aparato. A decoração inclui novos elementos: grinaldas, palmas, conchas, medalhões, festões, volutas com cabeças de querubins e figuras angélicas ou alegóricas. Para o esquema teatral muito contribuem as imagens inseridas nos seus nichos, os atlantes na base dos retábulos, cortinados nos remates puxados por anjos, sanefas que coroam o arco cruzeiro.
      O Estilo Rocaille ou Rococó, termo de origem francesa que designava um tipo de ornamentação inspirada nas fontes e grutas artificiais dos jardins, baseada na imitação de rochas, conchas, flores e outros elementos naturais. Na talha, a sua linguagem decorativa é feita por formas flamejantes, folhas estilizadas, curvas e contracurvas, enlaçamentos de volutas, ornatos complicados e de grande requinte, inseridos num fundo com cores esbatidas a lembrar influências orientais.
      Mas o Barroco não foi apenas um estilo arquitetónico. Ele influenciou transversalmente todas as formas de expressão artística e cultural da sua época: a escultura, a pintura, o mobiliário, a literatura, a música, a dança…
      A escultura, associada à arquitetura ou à pintura, colocada isoladamente em praças e jardins, invadiu tudo, encontrando-se por todo o lado. Caracteriza-se pelo rigor da execução técnica, pela exploração das capacidades expressivas das personagens ou cenas, conseguida pela acentuação dos gestos e das expressões faciais e corporais, pela preferência de representações em movimento, pela utilização de panejamentos volumosos, agitados e decompostos, e pelo sentido cénico das obras.
      Tal como a arquitetura e a escultura, também a pintura teve como objetivo o deslumbramento, a surpresa, a encenação e a luz, integrando um “espetáculo” que se queria total. A pintura barroca jogou com as formas fluidas e ondulantes, aplicou um animado cromatismo e acentuou os contrastes de luz e sombra, aumentando a sensação de realismo. Acentuou, ainda, a sensação de profundidade, sobretudo com a técnica “trompe l’oeil”, aplicada em paredes e tetos, o que constitui uma das mais originais contribuições do Barroco.
      A literatura barroca dedicou um profundo cuidado à forma e ao virtuosismo linguístico no intuito de maravilhar e convencer o leitor, com o uso constante de figuras de linguagem e outros artifícios retóricos, como a metáfora, a elipse, a antítese, o paradoxo e a hipérbole, com grande atenção ao detalhe e à ornamentação como partes essenciais do discurso e como formas de demonstrar erudição e bom gosto.
      Expressão, por excelência, dos sentidos e das emoções intensas, foi na música, no teatro e na ópera que a cultura barroca alcançou todo o seu esplendor. O gosto pelo espetáculo, pela cenografia, pela sumptuosidade dos figurantes, pela associação da música com a dança, com o canto e com a representação dramática deram origem a um género musical tipicamente novo – a ópera.
      Concluindo, o Barroco foi, por excelência, uma arte de imagens, uma arte de cenografia, no qual todas as expressões artísticas concorrem para um único objetivo: produzir espetáculo.
Miguel Moreira, Abril de 2013
Nota - Agradecida, Miguel Moreira, por aceitares o meu desafio. O círculo está agora fechado.
Anabela Magalhães

História em Movimento - Ecos na Imprensa Local

 
História em Movimento - Ecos na Imprensa Local

A propósito de uma(s) aula(s), neste caso a primeira, da série subordinada ao Barroco, lecionada à turma do 8ºB.

Obrigada pelo destaque, João Pereira da Silva!

Anabela Magalhães

Nota - Para ler com mais conforto, clique sobre a imagem.

terça-feira, 26 de março de 2013

Clube de História - 23ª Sessão de Trabalho - Alunos

Acrópole de Atenas - Trabalho de Abel Aires
Fotografia de Anabela Matias de Magalhães
 
Clube de História - 23ª Sessão de Trabalho - Alunos

"A imagem representa uma acrópole, uma das partes constituintes da cidade-estado grega.

A cidade-estado grega era composta por três partes distintas: a zona rural, a zona urbana e a acrópole. A acrópole situa-se na parte mais alta da cidade-estado, local reservado ao culto religioso que se pratica nos vários templos aí construídos e que aí estão concentrados.

Devido ao facto da acrópole se situar no ponto mais elevado e de ser muralhada este é o local da cidade-estado que serve de refúgio e de protecção aos seus habitantes, em caso de perigo e de ataque inimigo."

Abel Aires

Nota - Não sei a razão deste post ter ficado em rascunho... até hoje, dia em que saiu do limbo.
Agradecida, Abel Aires!

Anabela Magalhães

História em Movimento - A Aula do Barroco Vista pelos Alunos do 8ºC

História em Movimento - Visita de estudo/Aula - O Barroco
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
 
História em Movimento - A Aula do Barroco Vista pelos Alunos do 8ºC

"Na minha opinião esta foi uma das melhores aulas de história que eu já tive.
Adorei a forma de dar a aula, cativa muito mais os alunos. Foi muito interessante também pois estávamos rodeados pela matéria.
Aprendi várias coisas como por exemplo que a igreja de S. Domingos foi mandada construir pela Ordem Terceira de S. Domingos, que o elemento decorativo mais utilizado foi a talha dourada e uma coisa que eu nunca mais vou esquecer, que o órgão ibérico é o único que tem tubos na horizontal.
Foi muito interessante esta aproximação ao património local e ficamos a saber mais sobre a nossa pequena cidade cheia de história."

A M, 8ºC

"No dia 15 de março, eu e a minha turma do 8ºC, fomos à Igreja de Nosso Senhor dos Aflitos, mais conhecida como Igreja de São Domingos.
Observamos, escutamos e eu li um excerto do "Sermão de Santo António aos Peixes". Vimos muita talha dourada, escultura, pintura, dois instrumentos musicais - órgãos - um dos quais do período barroco - e um ecrã tatil com várias fotos e informações sobre visitas disponíveis para quem quiser visitar a Igreja.
Por fim, a Professora Margarida Assis e o Professor Paulo Silva, ambos da nossa escola EB 2/3 de Amarante, tocaram e cantaram, respetivamente, a Avé Maria de Schubert. Esta, não sendo do estilo barroco, estilo que impulsionou esta visita, enquadrou-nos no estilo seguinte, o Romântico.
Por fim, e com sinceridade, queria acrescentar que não sabia que o Professor Paulo cantava assim tão bem. Agradeço também ao professor Miguel Moreira por nos ter ensinado mais acerca do estilo Barroco.
Aconselho a visita desta Igreja e de todas as outras do concelho de Amarante pois todas elas têm coisas únicas que vale a pena ver."

CA, 8ºC

"A aula do barroco foi muito interessante pois acho que serviu para aumentar o meu conhecimento relativamente à minha cidade natal .
O professor Miguel Moreira explicou tudo ao pormenor sobre a igreja de São Domingos ou de Nosso Senhor dos Aflitos.
Também visitamos a igreja de São Gonçalo onde o professor Paulo Silva deu-nos um espetáculo inesquecível com a música Avé Maria ....adorei, nunca pensei que iria ser tão divertido."
 
DM, 8ºC

"Eu gostei muito da visita de estudo, especialmente quando o meu colega foi proclamar o “Sermão de Santo António aos Peixes” ao púlpito.
O professor Miguel Moreira ajudou-nos a conhecer melhor a igreja e, depois da belíssima visita de estudo, fomos ao coro alto da igreja de S. Gonçalo para ver e ouvir a professora Margarida a tocar músicas barrocas no órgão barroco de S. Gonçalo e o professor Paulo Silva a cantar a música “Avé Maria” o que entusiasmou muita gente.
Podíamos ter algumas aulas como a que tivemos neste dia."

DV, 8ºC

"Eu gostei bastante da visita de estudo à Igreja de S. Domingos, por várias razões. Uma delas foi por visitarmos algo de muito importante na nossa cidade e que muitos ainda não conheciam, acompanhados da bela paisagem sobre o Rio Tâmega. Também gostei muito de ouvir o senhor professor falar, porque notava-se que se orgulhava do património amarantino e que nos estava a mostrar tudo com muito gosto.
Relativamente à teoria, entendi que o estilo Barroco resume-se ao excesso e à exuberância e traduz emoções, ao contrário do estilo Renascentista em que tudo é pensado em proporção ao Homem. No estilo Barroco usa-se muito a talha dourada como elemento decorativo entalhada com anjos, flores, volutas, anagramas, cornucópias, etc.
Para finalizar, gostaria de dizer que adorei o momento musical, e que a professora Margarida e o professor Paulo estão de parabéns! Temos de repetir!"

IM, 8ºC

Nota - Post em construção...

Anabela Magalhães

segunda-feira, 18 de março de 2013

História em Movimento - O Barroco - 8ºC

História em Movimento - Aula - O Barroco - 8ºC
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães
 
História em Movimento - O Barroco - 8ºC

A visita de estudo do 8ºC, realizada no passado dia 15 de Março, último dia de aulas do 2º período, encerrou, com chave de ouro, o ciclo de visitas subordinadas ao tema "O Barroco".
Desta vez, sem transportes camarários, ocupados já devido a múltiplas solicitações entradas antes da minha, fomos a pé, acompanhados de um tempo um pouco frio mas fabuloso, de sol a inundar Amarante logo pela manhã.
Num instantinho chegámos ao destino onde o professor Miguel Moreira nos aguardava, à entrada da bela Igreja, implantada num sítio magnífico, com vistas privilegiadas sobre o burgo. A visita seguiu o guião de todas as outras, muito embora tenham sido todas diferentes, e da observação do exterior, mais rápida, passámos para a observação do interior, mais demorada e minuciosa, posteriormente para o Museu de Arte Sacra onde os alunos puderam observar pintura e escultura, depois fizemos a magnífica ligação, pela varanda, à Torre Sineira de S. Gonçalo e, depois de descer e subir, fomos aconchegar-nos no coro alto da principal, mais rica e mais conhecida igreja de Amarante, a Igreja de S. Gonçalo.
Aqui tivemos a oportunidade de escutar a Professora Margarida Assis a domar o órgão barroco ibérico, aprendi eu e eles, porque contém tubos horizontais, modalidade de órgão apenas existente na Península Ibérica.
Seguiu-se a emoção de poder escutar de novo a fabulosa voz do professor Paulo Silva... surpreendente para muitos dos alunos presentes que jamais o tinham escutado em tal registo.

E foi tempo de encerrarmos a atividade agradecendo a todos os presentes e a todos ausentes, e foram tantos os que contribuíram para que estas visitas fossem um verdadeiro êxito para todos quantos delas beneficiaram...
Voltarei aos agradecimentos para os elencar um a um, em postagem própria.

Anabela Magalhães