Oficina de Arqueologia Experimental do Paleolítico
Esta oficina, preparada com muito tempo de antecedência com o arqueólogo dr. Daniel Ribeiro, técnico superior do Museu Amadeo de Souza-Cardoso, e finalmente aprovada/desbloqueada no passado mês de Outubro pelo Senhor Presidente da Câmara de Amarante, aconteceu ontem e, não tenho qualquer dúvida, provocou o entusiasmo geral da miudagem do 7.º ano de escolaridade, que, depois de uma brevíssima exposição teórica sobre como se formam os vários estratos e como se podem apresentar os vestígios da ação humana nesses mesmo estratos, e depois de fornecidas as diretrizes sobre os trabalhos a realizar, meteu as mãos na massa e começou, efetivamente a escavar.
Pareciam uns Indiana Jones! E foi vê-los entusiasmados e de olhos a brilhar sempre que se deparavam com os achados que lhes tocaram na rifa. E os achados foram mais do que muitos já que incluíram vestígios de uma oficina de talhe com bastantes restos do fabrico de instrumentos em sílex, incluíram vestígios de uma fogueira, cheia de cinzas, cujo perímetro estava delimitado por seixos do rio, e, à volta, restos de animais por certo devorados - ossos, presas de javali... - e instrumentos líticos variados como bifaces, raspadores... e até um concheiro foi encontrado e escavado ali mesmo, no Pavilhão Central do Agrupamento de Escolas de Amarante.
Claro que os restos da fogueira não foram levantados mas, tudo o resto, depois de sumariamente desenhado, fotografado e registado, foi limpo, ensacado e identificado e será posteriormente desenhado nas aulas de Educação Visual experimentando, os alunos, pela primeira vez, a técnica do desenho arqueológico.
O caminho faz-se caminhando e esta atividade enquadra-se, na perfeição, no espírito que presidiu à conceção do Projeto História em Movimento, no já longínquo ano de 2010/2011, apenas um ano após o meu regresso ao agora Agrupamento de Escolas de Amarante.
Resta-me agradecer aos alunos que ontem tiveram uma postura particularmente irrepreensível e contribuíram, assim, para o êxito desta atividade e, como não podia deixar de ser, ao arqueólogo dr. Daniel Ribeiro pela sua impecável colaboração, sempre entusiasmada, diga-se de passagem!, nestas minhas andanças históricas!
Ainda um agradecimento muito especial à assistente técnica dos Serviços Educativos do Museu Amadeo de Souza-Cardoso, dr.ª Rosa Pinto, por toda a ajuda prestada nos preparativos das caixas surpreendentes que, ontem, fizeram as delícias dos meus arqueólogos por uma manhã.
Foi sempre meu entendimento que "santos da casa têm de fazer milagres". Ontem, tenho a certeza, fizemos um.