quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Visitas de Estudo - 9.º A e 9.º D - Museu Amadeo de Souza-Cardoso

Visitas de Estudo - Museu Amadeo de Souza-Cardoso
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

Visitas de Estudo - 9.º A e 9.º D - Museu Amadeo de Souza-Cardoso

É um ritual que cumpro religiosamente - aluno que passe pela minha sala de aulas, no 9.º ano de escolaridade, só não visitará o "nosso" museu se acontecer qualquer coisa de estapafúrdio... a eles... ou a mim. Costumo é servir-lhes este nosso famoso conterrâneo de sobremesa, depois de falarmos em sala de aula do contexto da época vivida por Amadeo, de todas as vanguardas artísticas e de todos os ismos surgidos nos inícios do século XX, coisa que, este ano, não me foi possível cumprir. Assim sendo, tivemos um Amadeo de aperitivo para o que chegará não tarda nada, e que será abordado numa das próximas aulas de História que serão dedicadas, em exclusivo, à História da Arte propriamente dita.
Com efeito, escrevi eu um dia "a matéria de 9.º ano pede encarecidamente que calcorreemos esta calçada amarantina, para baixo e para cima, porque nada melhor do que ver as vanguardas artísticas do início do século XX no sítio onde elas estão guardadas, percorridas que foram, muitas delas, pelo nosso nome maior da pintura portuguesa, o nosso querido Amadeo. Amadeo percorreu diversos ismos, depois de se ter dedicado à caricatura, e foi futurista, cubista, abstraccionista, fauvista... acima de tudo foi ele próprio e por isso triunfou, tal como ele queria, sem soçobrar!
Sempre que lecciono nono ano, não falho a organização de visitas de estudo ao Museu Amadeo de Souza-Cardoso, visita que integra o Plano Anual de Actividades do Agrupamento de Escolas de Amarante. De facto, o modernismo do início do século XX faz parte integrante da matéria leccionada neste último ano do 3.º ciclo de escolaridade e, ademais, o museu está apenas à distância de uns passos a pé pelo centro histórico de Amarante, tão belo e pitoresco, e está apenas à distância de um levantamento de rabo da cadeira da sala de aula... isto para quem gosta de dar aulas sentado, o que não é, manifestamente, o meu caso. Já aqui referi a estranheza e a tristeza que sinto sempre que tenho turmas de 9.º ano que à pergunta "Quem nunca visitou o Museu Amadeo de Souza-Cardoso?" respondem com muitos deditos no ar pertencentes a gente em formação acelerada, que não sabe se o interior do museu é branco ou é preto e que não faz a mais pequena ideia da riqueza e importância do seu recheio."

Ontem e hoje vim especialmente feliz. Ontem e hoje não houve dedos no ar. Ontem e hoje o Professor Antero de Alda esteve entre nós, recordado pelos alunos que também foram seus um dia e que não esqueceram a visita que fizeram a este espaço no já longínquo sétimo ano de escolaridade...
Ontem foi dia de visita para o meu 9.º D e hoje acompanhei o meu 9.º A. Ontem, os meus alunos foram conduzidos e acompanhados pelo dr. Daniel Ribeiro e hoje pela dr. Teresa Paiva. Em todas as visitas encontro a mesma simpatia de sempre, o mesmo caloroso acolhimento, o mesmo exemplar profissionalismo.

Por fim, aqui deixo um documentário sobre Amadeo. Voltaremos a ele não tarda nada!

quarta-feira, 6 de novembro de 2019

Oficina de Arqueologia Experimental do Paleolítico
















Oficina de Arqueologia Experimental do Paleolítico

Esta oficina, preparada com muito tempo de antecedência com o arqueólogo dr. Daniel Ribeiro, técnico superior do Museu Amadeo de Souza-Cardoso, e finalmente aprovada/desbloqueada no passado mês de Outubro pelo Senhor Presidente da Câmara de Amarante, aconteceu ontem e, não tenho qualquer dúvida, provocou o entusiasmo geral da miudagem do 7.º ano de escolaridade, que, depois de uma brevíssima exposição teórica sobre como se formam os vários estratos e como se podem apresentar os vestígios da ação humana nesses mesmo estratos, e depois de fornecidas as diretrizes sobre os trabalhos a realizar, meteu as mãos na massa e começou, efetivamente a escavar.
Pareciam uns Indiana Jones! E foi vê-los entusiasmados e de olhos a brilhar sempre que se deparavam com os achados que lhes tocaram na rifa. E os achados foram mais do que muitos já que incluíram vestígios de uma oficina de talhe com bastantes restos do fabrico de instrumentos em sílex, incluíram vestígios de uma fogueira, cheia de cinzas, cujo perímetro estava delimitado por seixos do rio, e, à volta, restos de animais por certo devorados - ossos, presas de javali... - e instrumentos líticos variados como bifaces, raspadores... e até um concheiro foi encontrado e escavado ali mesmo, no Pavilhão Central do Agrupamento de Escolas de Amarante.
Claro que os restos da fogueira não foram levantados mas, tudo o resto, depois de sumariamente desenhado, fotografado e registado, foi limpo, ensacado e identificado e será posteriormente desenhado nas aulas de Educação Visual experimentando, os alunos, pela primeira vez, a técnica do desenho arqueológico.
O caminho faz-se caminhando e esta atividade enquadra-se, na perfeição, no espírito que presidiu à conceção do Projeto História em Movimento, no já longínquo ano de 2010/2011, apenas um ano após o meu regresso ao agora Agrupamento de Escolas de Amarante.

Resta-me agradecer aos alunos que ontem tiveram uma postura particularmente irrepreensível e contribuíram, assim, para o êxito desta atividade e, como não podia deixar de ser, ao arqueólogo dr. Daniel Ribeiro pela sua impecável colaboração, sempre entusiasmada, diga-se de passagem!, nestas minhas andanças históricas!
Ainda um agradecimento muito especial à assistente técnica dos Serviços Educativos do Museu Amadeo de Souza-Cardoso, dr.ª Rosa Pinto, por toda a ajuda prestada nos preparativos das caixas surpreendentes que, ontem, fizeram as delícias dos meus arqueólogos por uma manhã.

Foi sempre meu entendimento que "santos da casa têm de fazer milagres". Ontem, tenho a certeza, fizemos um.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Reabertura do blog História em Movimento









Reabertura do blog História em Movimento

Iniciamos as sessões de trabalho do clube História em Movimento, do ano letivo 2018/2019, ultimando a remodelação do nosso espaço sala de aula, remodelação esta que passou pela pintura de tetos, paredes e armários.
Findo o primeiro período iniciamos um novo desafio que consiste na elaboração de um passaporte da Pré-História.
Aproveitamos este post para partilhar com os nossos leitores algumas imagens dos nossos trabalhos.
Esperamos que gostem!!

Nota - Post elaborado por: Luana Soares; João Pereira

quarta-feira, 11 de abril de 2018

Visita de Estudo - O Barroco em S. Gonçalo e S. Domingos - 8.º A


Visita de Estudo - O Barroco em S. Gonçalo e S. Domingos
Fotografias de Anabela Matias de Magalhães

Visita de Estudo - O Barroco em S. Gonçalo e S. Domingos - 8.º A

A visita de estudo que levou os meus alunos do 8.º A ao centro histórico de Amarante, mais concretamente aos belos edifícios da Igreja de S. Gonçalo e da Igreja de S. Domingos, decorreu ontem, logo pela manhã e, felizmente, dentro da maior normalidade.
O ponto de encontro era o Museu Amadeo de Souza-Cardoso e logo de seguida, acompanhados pelo nosso guia Dr. Daniel Ribeiro, deslocamo-nos para o exterior da Igreja de S. Gonçalo onde falamos sobre o enquadramento político, religioso, económico e social da época barroca, as suas características gerais e o barroco em S. Gonçalo, a surgir num contexto de época em que o gosto pelo excessivo, pelo bizarro, pelo complicado, pelo profuso, pelo movimento, pelo dramático e pelo horror ao vazio estão sempre presentes, neste estilo que derreteu recursos nacionais, quantas vezes mais ou menos escassos, recursos estes que, nomeadamente em Portugal, faltaram ao desenvolvimento de todo um país.
Claro que os alunos puderam entrar no templo religioso, fotografar, filmar, e agora aguardarei as reflexões que todos farão e colocarão nos seus portefólios digitais. 
Excelente visita! Excelente "aula", ontem com sala muito especial e com professor igualmente muito especial... para que os alunos possam variar para além do meu registo porque a diversidade trás riqueza.
E seguimos para S. Domingos, a dois passos dali, numa primeira parte ainda sob orientação do Dr. Daniel Ribeiro e numa segunda parte já sob orientação do Sr. João Curvelo Sardoeira que enquadrou esta pequena jóia barroca que temos a sorte de possuir e que tantos alunos desconhecem.
A turma que ontem a visitou era uma turma "da cidade"... pois não é que a esmagadora maioria dos alunos nunca tinha entrado no referido templo?!
Por último, tivemos um cheirinho de Museu de Arte Sacra Luís Coutinho, um Amigo este seu fundador, que é contíguo à referida igreja e que também era desconhecido para a maioria dos alunos desta turma.
Como podemos amar o que desconhecemos? Como nos podemos dar ao luxo de desconhecer o que nos envolve? Ora, a Escola tem aqui um importantíssimo papel a desempenhar. E eu, enquanto Professora, não abdico dele.
Vá lá, Alunos Meus! Um, dois, três... respirem História!

Só me resta agradecer a colaboração prestada pelo Museu Amadeo de Souza-Cardoso, na pessoa do Dr. Daniel Ribeiro, e da Paróquia de S. Gonçalo, na pessoa do Sr. João Curvelo Sardoeira, já que, sem eles, esta aula especial, que penso terá sido do agrado de todos os alunos, não teria sido possível.
As instituições ganham pela abertura, pelo enlaçamento. Se se fecham sobre si próprias, trilham o caminho do empobrecimento.

Anabela Magalhães

segunda-feira, 26 de março de 2018

Portefólios Digitais - História


Portefólios Digitais - História

O Portefólio de História sempre foi, e continua a ser, uma construção pessoal e personalizada de cada um dos meus alunos... pelo menos de todos os que cumprem com as minhas directrizes transmitidas logo no início do ano lectivo.
Antigamente eram
 físicos, de realização manual, manuscritos e assim tiveram existência até ao ano passado. Este ano, impulsionada pelo facto dos alunos carregarem demasiado peso nas mochilas e pelo facto de estar lesionada da minha mão direita com umas tenossinovites mais do que chatas e peçonhentas, metemos todos pés ao caminho, eu e eles, e inauguramos portefólios digitais que permitem incorporar coisas tão maravilhosas como prezis, vídeos, esquemas, árvores genealógicas, pequenas biografias, fotografias, todas elas com identificação da fonte, pesquisas sobre este ou aquele assunto considerados pelas autoras como mais interessantes ou pertinentes, páginas Wix, folhetos construídos na aplicação Canva... e o mais que se verá e que será realizado durante o 3.º período.
Claro que nem todos os portefólios digitais revelam o trabalho monumental dos dois que convosco hoje partilho... mas sempre foi assim, sempre existiu um número muito residual de alunos que teimou em não fazer nada de nada, ou quase nada de nada... sendo que a esmagadora maioria dos meus alunos sempre se preocupou em apresentar portefólios minimamente asseados e trabalhados.
Convém referir que estes portefólios digitais não teriam sido possíveis de realizar sem a preciosa colaboração da disciplina de TIC e da professora que a lecciona no meu agrupamento, a Professora
 Ana Osório, que foi orientando os nossos alunos para as produções de folhetos trabalhados no Canva e que versaram uma personalidade, à escolha, do Renascimento, de prezis, alguns fabulosos, que se subordinaram à temática da Expansão Portuguesa... resultando tudo isto de um trabalho colaborativo e interdisciplinar entre duas mulheres, professoras, que falam a mesma linguagem profissional, não remando uma para a frente e outra para trás... ou uma para a esquerda e outra para a direita.
Os portefólios que hoje vos apresento são brutais! Brutais em esforço, dedicação, alegria no trabalho, asseio, superação, interesse, criatividade, resiliência, organização. Revelam gente focada, madura, com uma capacidade de trabalho incrível, com muito gosto e empenho na vida escolar. Ainda precisarão de uma ou outra correcção, que será feita a seu tempo, mas nada de muito relevante atendendo a que estamos a falar de gente com 13 anos.
Deixo-vos com um primeiro exemplar, da L, que pode ser visto se clicarem
 aqui.
E, de seguida, dou a palavra à R., dona 
deste portefólio.
Ai se todos os nossos alunos assim valorizassem a Escola e tudo o que ela lhes pode dar!

"Sempre gostei de História pois fascina-me saber "coisas" sobre os nossos antepassados: como e onde viveram, como evoluíram... Para mim, a escola é uma segunda casa, pois é aqui que passo grande parte do meu tempo. A escola dá-me instrumentos que vão servir para me orientar no futuro, para poder tirar um curso, ser uma pessoa educada, culta e também para me ajudar a viver em sociedade, respeitando sempre os outros.
O meu grande desejo neste momento é passar de ano, quero fazer tudo o que tenho vindo a fazer, ser uma boa aluna para não desiludir os meus pais e professores, mas para isso tenho de me esforçar muito. Tenho dois sonhos que gostaria de realizar logo que possa: ser pediatra e viajar para a Ásia Oriental e China, admiro a sua cultura e os seus costumes, considero-os muito interessantes."
Nota - Post inicialmente publicado no blogue Anabela Magalhães